MODIFICAÇÕES NO AMBIENTE DE TRABALHO DOS SERVIDORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL EM FUNÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO HOME OFFICE

Resumo

A pandemia mundial de COVID-19 trouxe um novo contexto na esfera das relações sociais e trabalhistas, de modo que o uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação (TICs), especialmente, a partir de 2020, transformou diversos ambientes laborais e gerou um forte impulso à prática do trabalho remoto nas organizações. Cientes da necessidade de providências, entidades públicas e particulares têm adotado a experiência do home office, por ser uma forma de trabalho segura e viável em tempos de crise sanitária, bem como se mostrar como um modelo de organização do trabalho que traz claros benefícios. Desde estudos do final século passado, já teve diversas designações, com conceito igual ou similar, a depender da visão do pesquisador: teletrabalho, home office, trabalho remoto ou a distância. Independente da nomenclatura, o fato é que o trabalho remoto influencia e, simultaneamente, é influenciado pela tríade relações sociais, tecnologia e economia. Isto posto, este estudo teve por objetivo identificar e analisar as modificações ocorridas em razão da implementação do home office sobre o ambiente de trabalho dos servidores técnico-administrativos das universidades federais. Busca-se, com os dados obtidos, entender, no âmbito das instituições públicas de ensino superior, como os servidores técnico-administrativos foram impactados pelos efeitos da implementação abrupta do trabalho remoto e a influência deste sobre o ambiente de trabalho da categoria, verificando quais dimensões foram afetadas. A pesquisa procurou identificar o que se pode concluir como vantajoso ou desvantajoso nesse processo, pois o que interessa para qualquer instituição, pública ou privada é, na prática, o que realmente funciona para que ela tenha um clima organizacional positivo e seja eficiente, produtiva. Quanto ao método, a pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa, de natureza preponderante descritiva, junto com a revisão de literatura. Os resultados apontaram que os servidores preferem, de forma quase unânime, a permanência do trabalho em home office, sendo preferido o modelo híbrido ou teletrabalho parcial. Não houve divergência de opinião relevante nesse tema entre as lideranças e seus colaboradores. Ambos também possuem a opinião majoritária de que a performance no trabalho não foi prejudicada pelo home office, tendo até melhorado após o período inicial de adaptação. As principais vantagens do home office relatadas pelos entrevistados foram: autonomia e maior flexibilidade de horários; economia com deslocamento / tempo; aumento da produtividade; facilidade de concentração / foco; melhor qualidade de vida; maior cooperação / sinergia da equipe; menor burocracia / maior objetividade; e convivência familiar. E as principais desvantagens apontadas pelos mesmos servidores: adaptação e adequação do espaço de trabalho; dificuldades de liderança / organização e controle; problemas com as TICs; maior lentidão nas interações interdepartamentais; conflito do ambiente doméstico com o laboral; e sentimento de isolamento.


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