O REGISTRO COMO INSTRUMENTO DE REFLEXÃO DA PRÁTICA DOCENTE NO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO

Há algumas demonstrações de trabalhos sobre o registro como instrumento da prática docente que conduzem ao entendimento de sua importância. Ainda assim, retomar o registro com suas particularidades, as quais muitas vezes recaem sobre uma documentação burocrática e a ausência ou diminuição do seu significado pedagógico para o professor, se faz fundamental para sua ressignificação. Diante disso, torna-se indispensável investigar de que forma o registro realizado pelo professor do ciclo de alfabetização tem contribuído para a sua prática. Para tal, é essencial compreender a visão dos professores sobre o registro como instrumento de reflexão da prática, compreender a finalidade e utilização do registro pelo professor, verificar as informações contidas no registro e sua relação com a prática e elaborar um produto final. Para esse propósito, seguimos a abordagem qualitativa e a pesquisa colaborativa, por meio de três etapas, sendo: 1ª) um questionário para a coleta de dados para compor os sujeitos da pesquisa e um questionário com perguntas concebidas a partir de sete temas estabelecidos dos objetivos e da fundamentação teórica, que se efetivou como sondagem inicial sobre a visão das professoras sobre o registro; 2ª) o compartilhamento da interpretação das respostas das professoras para discussão, problematização e conclusão nas oficinas colaborativas; 3ª) análise e resultados da pesquisa com as considerações finais. Esse processo teve a participação de cinco professoras do ciclo de alfabetização, que compreende os 1ₒ, 2ₒ e 3ₒ anos do Ensino Fundamental de uma escola pública da região do Grande ABC Paulista. Assim, as discussões nas oficinas nos fizeram perceber que as diversas provas da importância do registro como instrumento para a prática não são suficientes para a sua qualificação, e que é necessário reassumir algumas ações reputadas nos resultados dessa pesquisa. Dessa forma, inferimos que se torna substancial resgatar o registro para discussão, reflexão e ressignificação nas reuniões pedagógicas, pois essa demanda foi notabilizada pelas professoras, mesmo sendo uma ação praticada há muito tempo. Sendo a vivência nas oficinas um espaço e tempo de formação continuada, discussão e reflexão sobre o registro, torna-se o produto um plausível percurso de plano de formação para alcançar a finalidade e a qualificação do registro para a reelaboração da prática docente.