OS PRINCÍPIOS DO DESENHO UNIVERSAL PARA APRENDIZAGEM (DUA) E O USO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA (CA) NA ESCOLA: APROXIMAÇÕES COM AS PRÁTICAS EDUCATIVAS INCLUSIVAS.

Abstract

O trabalho colaborativo entre as áreas de educação e saúde é complementar e interdisciplinar e, tal como no campo da educação, ocorreram mudanças paradigmáticas rumo à educação inclusiva, no campo da saúde. Assim, o fonoaudiólogo participa, junto ao professor, da elaboração e organização dos recursos de acessibilidade comunicacional necessários ao processo de inclusão escolar. Em função de barreiras comunicacionais presentes no contexto escolar e em cumprimento a políticas públicas, a presença de profissionais especialistas, como profissionais de apoio, tornou-se pertinente e frequente, construindo um trabalho colaborativo entre profissionais da saúde e profissionais da educação. Partindo dessa premissa, a pergunta que norteou a presente pesquisa foi: como o uso dos princípios do Desenho Universal para Aprendizagem pode contribuir para o reconhecimento da Comunicação Alternativa como um instrumento multimodal de ensino? Com relação ao objetivo geral, este estudo visa a investigar, junto aos professores, como o Desenho Universal para Aprendizagem pode contribuir para o uso da Comunicação Alternativa numa perspectiva inclusiva na escola. Para tanto, elencaram-se os seguintes objetivos específicos: compreender e analisar as narrativas de professores sobre os desafios do uso da comunicação alternativa na escola; promover uma reflexão sobre como os princípios do Desenho Universal para Aprendizagem e sua perspectiva multimodal poderiam potencializar o uso da Comunicação Alternativa na escola inclusiva; e elaborar e verificar, com os professores, a aplicabilidade de pranchas de comunicação em sala de aula, onde há alunos que usam a comunicação não verbal. O referencial teórico baseou-se no paradigma da Educação Inclusiva e das práticas pedagógicas, nos estudos sobre a Comunicação Alternativa e na abordagem educacional proposta pelos princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem. Metodologicamente, optou-se pela pesquisa narrativa, combinada com a pesquisa em desenvolvimento, pois objetos de aprendizagem foram confeccionados pelos professores, a partir de sua experiência como usuários e participantes colaborativos da comunidade que utilizou da Comunicação Alternativa. Para tanto, propuseram-se rodas de conversa, que se constituíram como espaços de escuta, diálogos e narrativas em uma perspectiva de Consultoria Colaborativa na interface Fonoaudiologia e Educação. Como resultados, observou-se que a Comunicação Alternativa é, ainda, um material destinado ao aluno elegível à Educação Especial, sendo necessário direcioná-lo a todos os estudantes. Ademais, destaca-se o protagonismo do trabalho do professor do Atendimento Educacional Especializado, no que se destina à elaboração e à confecção de recursos para o uso da Comunicação Alternativa, estando o professor de sala de aula regular pouco envolvido nesse processo. Por fim, propôs-se, como produto, um e-book que, na qualidade de livro eletrônico, promove uma espécie de curadoria destinada ao professor, permitindo o acesso a home pages, hiperlinks e hipermídias. Com isso, o educador pode se apropriar não somente de conteúdos formativos, mas também promover a elaboração de práticas educativas inclusivas, por meio de um plano de aplicabilidade da Comunicação Alternativa com base nos princípios do Desenho Universal para Aprendizagem.

Collaborative work between the areas of education and health is complementary and interdisciplinary and, as in the field of education, paradigm shifts have taken place towards inclusive education in the field of health. Thus, the speech therapist participates, together with the teacher, in the elaboration and organization of communicational accessibility resources necessary for the school inclusion process. Due to communication barriers present in the school context and in compliance with public policies, the presence of specialist professionals, such as support professionals, became relevant and frequent, building collaborative work between health professionals and education professionals. Based on this premise, the question that guided this research was: how can the use of Universal Design principles for Learning contribute to the recognition of Alternative Communication as a multimodal teaching tool? Regarding the general objective, this study aims to investigate, together with teachers, how Universal Design for Learning can contribute to the use of Alternative Communication in an inclusive perspective at school. To this end, the following specific objectives were listed: to understand and analyze teachers' narratives about the challenges of using alternative communication at school; promote a reflection on how the principles of Universal Design for Learning and its multimodal perspective could enhance the use of Alternative Communication in inclusive schools; and to elaborate and verify, with the teachers, the applicability of communication boards in the classroom, where there are students who use non-verbal communication. The theoretical framework was based on the paradigm of Inclusive Education and pedagogical practices, on studies on Alternative Communication and on the educational approach proposed by the principles of Universal Design for Learning. Methodologically, we opted for narrative research, combined with research in development, as learning objects were made by teachers, based on their experience as users and collaborative participants in the community that used Alternative Communication. To this end, conversation circles were proposed, which were constituted as spaces for listening, dialogues and narratives in a perspective of collaborative consulting in the Speech-Language Pathology and Education interface. As a result, it was observed that Alternative Communication is still a material for the student eligible for Special Education, and it is necessary to direct it to all students. In addition, the role of the teacher of the Specialized Educational Assistance is highlighted, in what is intended for the elaboration and creation of resources for the use of Alternative Communication, with the regular classroom teacher being little involved in this process. Finally, an e-book was proposed as a product that, as an electronic book, promotes a kind of curation aimed at the teacher, allowing access to home pages, hyperlinks and hypermedia. With this, the educator can not only take ownership of training content, but also promote the development of inclusive educational practices, through a plan for the applicability of Alternative Communication based on the principles of Universal Design for Learning.