DETERMINANTES DO NÍVEL DE COMPETITIVIDADE FINANCEIRA E ESPORTIVA EM CLUBES PROFISSIONAIS DE FUTEBOL DO BRASIL
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Resumo
Resumo A luta pela competitividade das organizações faz parte da sua dinâmica social. O mesmo se aplica à competitividade das Organizações Desportivas que lutam para sobreviver entre recursos e grande concorrência. Garcia-del-Barrios e Szymanski (2009) declararam que salários de jogadores geram eficiência esportiva e eficiência esportiva gera eficiência financeira. Partindo dessa premissa, o objetivo da tese foi investigar o nível de competitividade financeira e esportiva, em clubes de futebol profissional, que participaram, ao menos uma vez, do Campeonato Brasileiro da Série A, de 2015 a 2018 e a relação entre os determinantes selecionados desses modelos. A pesquisa é categorizada como explicativa, porque busca, por meio da formulação e testes de hipóteses, investigar os fatores que estão entre as causas da competitividade financeira e esportiva. Na etapa exploratória, analisaram-se os diferentes modelos empíricos. Após essa etapa, extraíram-se dados das demonstrações contábeis e da plataforma transfermarkt, que disponibiliza informações sobre transferências de jogadores. As contribuições técnicas específicas foram aplicação conjunta de quatro técnicas: a Análise Envoltória de Dados (DEA), a Fronteira Estocástica, a Regressão Quantílica e a Análise de Redes Sociais (ARS). O estudo é relevante porque apresenta um conjunto de determinantes não financeiros e demonstra sua influência no desempenho, por meio de técnicas multivariadas, constituindo uma abordagem inovadora (ainda não utilizada). Os resultados obtidos foram: a centralidade média do clube como cessionário está positivamente associada às melhores eficiências técnicas financeiras e desportivas dos clubes de futebol. A centralidade média do clube como cedente está negativamente associada às melhores eficiências técnicas financeiras e desportivas dos clubes de futebol. A participação do clube no campeonato da Série A está negativamente associada às melhores eficiências técnicas financeiras, estimadas pelo giro de ativos. A idade do clube está associada negativamente as melhores eficiências técnicas financeiras, calculado pelo giro de ativos e positivamente associada aos melhores níveis de eficiência técnica esportiva, medido pelo conquista de pontos. Foi possível concluir que os clubes com dinâmicas de entradas e saídas de jogadores próximos à média geral, foram os que se revelaram mais eficientes de acordo com os indicadores de „lucro operacional‟, „giro de ativos‟, embora os indicadores de „aproveitamento de pontos (% campeão)‟ e „aproveitamento de pontos‟ não tenham convergido com essa realidade. Os resultados demonstram que gestores de clubes devem estar atentos à questão da circulação de jogadores, sugerindo que implementem uma política de empréstimos focada em diminuir o ritmo de circulação de jogadores (especialmente as saídas), para potencializar o desempenho financeiro. A gestão da participação do clube no campeonato da Série A necessita de um planejamento para melhorar o desempenho financeiro. A expertise advinda da idade do clube diminui o desempenho financeiro e aumenta o esportivo. Os resultados apontaram para um caminho de inferência que, embora os recursos utilizados pelos clubes sejam os mesmos, a estratégia de aplicação desses recursos de forma imperfeita por cada clube concorrente demonstraram eficiências técnicas financeiras e esportivas diferentes, no período de 2015 a 2018. Essas evidências confirmaram que as eficiências técnicas organizacionais estão associadas às estratégias, especificidades e objetivos de cada clube concorrente. Esses indícios apontam para sugestões significativas de uma política a ser implementada pela gestão dos clubes de futebol no equilíbrio financeiro e esportivo.