O LABORATÓRIO FORA DO LABORATÓRIO: ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARA AULAS EXPERIMENTAIS NO ENSINO DE FÍSICA NO ENSINO MÉDIO

Resumo

A presente pesquisa surgiu do desafio que, como professora de Física, enfrentamos para realizar aulas experimentais em outros ambientes da escola que não fossem laboratórios específicos e, ao mesmo tempo, da necessidade de atender às competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino de Física. Com isso, este trabalho teve, como objetivo geral, investigar estratégias didáticas construídas pelo professor na realização de aulas experimentais no ensino de Física fora do laboratório. Para tal, os objetivos específicos foram: 1) caracterizar o que são aulas experimentais no ensino de Física; 2) desenvolver aulas experimentais de Física fora do laboratório para estudantes do Ensino Médio; 3) descrever e analisar as estratégias didáticas construídas nessas aulas pelo professor; 4) propor material didático para aulas experimentais de Física. Como referencial teórico, consideraram-se as contribuições de autores que discutem o ensino de Física e a relevância de aulas experimentais, principalmente Derek Hodson, Anna Maria Carvalho e Luís Carlos Menezes, bem como os estudos de Lee Shulman sobre a base de conhecimento do professor e o seu desenvolvimento profissional. Ademais, utilizaram-se orientações para o ensino de Física, propostas por documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais, a Base Nacional Comum Curricular e as Diretrizes Nacionais Curriculares para os Cursos de Física. A abordagem metodológica da pesquisa é qualitativa, caracterizada como intervencionista na própria prática, em que a professora-pesquisadora, com base em conceitos da teoria das situações didáticas, de Guy Brousseau, planejou e desenvolveu cinco aulas experimentais em uma turma de 2a. série do Ensino Médio em suas aulas de Física, em escola particular. Os resultados da análise mostraram as seguintes estratégias didáticas construídas e mobilizadas pela docente: criação de situações-problema relacionadas ao cotidiano discente; negociação e a adaptação do contrato didático; uso da sala de aula invertida e prática do trabalho em equipe; consideração do aluno como protagonista; e prática constante da roda de conversa com os estudantes. Em síntese, o estudo revelou que um vínculo forte entre o professor e seus alunos, além do apoio da gestão e de toda a equipe escolar, contribui não só para o sucesso das atividades experimentais fora do laboratório, mas também para o desenvolvimento de um ambiente de aprendizado mais colaborativo e engajado. Quanto ao produto educacional decorrente do estudo, propõe-se um caderno de atividades experimentais para o ensino de Física, as quais podem ser realizadas pelo professor seja em laboratórios, seja em ambientes alternativos da escola, por exemplo, salas de aula, pátios ou outros espaços disponíveis.


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