IATROGENIAS E PREVENÇÃO QUATERNÁRIA EM IDOSOS: REVISÃO SISTEMÁTICA

Em meio às transições demográfica e epidemiológica vivenciadas nas últimas décadas, as Redes de Atenção à Saúde têm absorvido demanda crescente de idosos cada vez mais susceptíveis às diversas modalidades de iatrogenia, fenômeno de causas multifatoriais e com potencial latente inerente ao exercício profissional. Os objetivos desta revisão sistemática qualitativa são: contextualizar e dimensionar as iatrogenias em idosos; avaliar seus diferentes tipos de manifestação e fatores associados; destacar a importância das estratégias de prevenção quaternária. Foram selecionados 37 artigos dos iniciais 653 encontrados nas bases de dados SciELO, LILACS e BVS. Foram incluídos trabalhos recentes de diversas áreas da saúde, com métodos claros. Optou-se por excluir artigos que não especificassem abordagem com idosos. Os resultados foram divididos em 3 categorias: prática clínica; relação médico-paciente e longitudinalidade do cuidado; educação em saúde. Polimedicação teve a maior prevalência dentre as iatrogenias, incluindo medicamentos potencialmente inapropriados, segundo várias escalas. Anti-inflamatórios e antidepressivos foram as classes predominantes. Doenças crônicas, acompanhamento com vários médicos e autopercepção negativa da saúde estiveram associados. Relação médico-paciente assimétrica é fator de risco, assim como despreparo médico e excesso de demanda. Sobrediagnóstico e medicalização têm aumentado devido ao maior rigor do conceito de saúde proporcionado pela evolução tecnológica. Existe desconhecimento quanto ao conceito de prevenção quaternária, o qual não integra o currículo médico, apesar de permear os demais níveis de prevenção. Há necessidade de proporcionar condições de trabalho aos médicos e equipes para abordagem integral e humanizada, ponderando condutas, a fim de aumentar eficiência e reduzir riscos. A inserção precoce do tema nas faculdades é desejável.