FORMAÇÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ESPECIFICIDADES DA ATUAÇAO COM CRIANÇAS PEQUENAS NA REDE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL
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Resumo
O presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de mestrado que teve como objetivo compreender como a formação continuada oferecida pelo Centro de Capacitação dos Profissionais de Educação de São Caetano do Sul Prof.ª Zilda Arns (CECAPE) tem contribuído na formação dos(as) docentes que atuam com crianças de 0 a 3 anos, considerando as especificidades dessa faixa etária. Para tanto, a opção metodológica foi por uma pesquisa qualitativa, tendo como procedimentos a análise documental e entrevistas narrativas com professoras e gestoras de educação infantil do município. O referencial teórico utilizado contou com os estudos e pesquisas de autores(as) como Bernadete Gatti, José Carlos Libâneo, Antonio Nóvoa, Júlia Formosinho, Zilma Moraes Ramos de Oliveira, dentre outros(as). Os resultados da pesquisa revelam a ausência de sistematização do percurso de formação continuada no município de São Caetano do Sul, estando esta história em poder daqueles(as) que a vivenciaram. O resgate de tal percurso evidenciou a preocupação nos diferentes trabalhos formativos em discutir as especificidades do atendimento às crianças de 0 a 3 anos, o que se faz presente também na formação continuada oferecida pelo CECAPE. Sobre esta formação, os dados apontam para seu caráter de reflexão sobre a prática pedagógica, o que vem contribuindo, segundo as entrevistadas, para a qualificação de seu trabalho. Os espaços de Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo – HTPC - são tidos como momentos importantes de diálogo, contudo, dado o fato de ser facultativo, não possibilita a discussão coletiva, visto que muitos(as) docentes não participam. No que se refere ao cuidar e educar, funções da educação infantil, há, ainda, a necessidade de investimento formativo para a compreensão de seu caráter indissociável, de modo a superar hierarquizações no interior das instituições. A falta de professores(as) nos berçários, bem como a ausência de indicadores de qualidade que tratem das especificidades das crianças bem pequenas no documento municipal e nas atribuições docentes, revela a presença de uma perspectiva assistencialista na educação da pequena infância neste município. Com base nestes resultados, foi elaborada uma proposta de formação continuada com foco nas especificidades do atendimento às crianças de 0 a 3 anos. Conclui-se que, embora o programa de formação continuada realizado pelo CECAPE venha contribuindo com a prática pedagógica, há a necessidade de investimentos da própria Secretaria de Educação para que todas as crianças, inclusive os bebês, tenham, na sua educação, profissionais qualificados(as), com formação inicial em Pedagogia, como rege a legislação, e com oportunidades de formação continuada que lhes permitam serem sujeitos do seu próprio desenvolvimento profissional.