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FORMAÇÃO DE DIRETORES DE ESCOLA E OS DESAFIOS DA PRÁTICA PROFISSIONAL.
(2022-01-08) Paula Mansano Preto; Prof. Dr. Nonato Assis de Miranda; Prof. Dr. Nonato Assis de Miranda; Profª. Dr. Paulo Sergio Garcia; Profª. Dra. Rosemary Roggero
A gestão das escolas públicas é um grande desafio, pois ocorre em um ambiente em constante transformação sendo o diretor de escola o principal profissional de articulação, o elo entre as unidades escolares e os níveis organizacionais superiores. Para tanto, é imprescindível que tenha propriedade dos saberes necessários à sua prática profissional e apoio do sistema em que atua para desempenhar o que se espera dele. O problema de pesquisa delimitou-se a partir de um conjunto de variáveis, sendo identificado com a questão: “Como a formação continuada pode contribuir para a prática profissional do diretor de escola?”. Nessa perspectiva, a presente pesquisa teve o objetivo geral de aprofundar as reflexões acerca dos desafios encontrados pelos diretores e analisar as possibilidades de formação continuada que contribuem para a efetividade da prática profissional do diretor de escola. No intuito de subsidiar este estudo e proporcionar reflexões à luz da teoria, da experiência e da realidade do cotidiano escolar, bem como para possíveis programas de formação de diretores das escolas públicas municipais, alguns objetivos específicos foram delimitados: identificar referencial teórico a respeito da formação continuada e das competências necessárias ao diretor escolar; identificar as necessidades formativas dos diretores de escola em face das demandas do cotidiano escolar; descrever propostas para formação continuada dos diretores de escola. Nesse contexto, a abordagem qualitativa, complementada com a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, por meio de Grupo de Discussão com cinco diretoras da rede municipal de ensino de Santo André/SP, delineou o desenvolvimento do trabalho. A relação entre os achados na pesquisa bibliográfica e a contribuição dos sujeitos investigados não só apresenta indícios de que a formação continuada pode contribuir na prática profissional dos diretores, mas também aponta a escassez da oferta de formação específica aos diretores escolares. Os principais desafios apontados pelas diretoras perpassam a gestão das pessoas, a gestão financeira, a gestão da infraestrutura (manutenção escolar) e a gestão pedagógica. Nesse sentido, considera-se que as pautas formativas precisam ser flexíveis e adaptadas às questões emergentes e do cotidiano escolar. Ademais, entende-se que os momentos de escuta e a troca de experiência entre os pares contribuem efetivamente para o fortalecimento do trabalho dos diretores. Dessa forma, os resultados mostram que as necessidades formativas devem ser consideradas pela redes de ensino, viabilizando programas de formação continuada aos seus gestores. Por fim, em decorrência do desenvolvimento do estudo e dos achados de pesquisa, foi elaborada uma proposta, intitulada “Programa de Formação Continuada para os diretores da rede municipal”, que considera ações sistemáticas com vistas a resultados educacionais cada vez mais positivos e o desenvolvimento necessário de competências e habilidades no trabalho do diretor de escola.
PARA ALÉM DA IMPLEMENTAÇÃO: O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO REFORMULADOR DE POLÍTICA EDUCACIONAL
(2022-01-08) Antonio Jovem de Jesus Filho; Prof. Dr. Nonato Assis de Miranda; Prof. Dr. Nonato Assis Miranda; Profa. Dra. Sanny Silva da Rosa; Profa. Dra. Laurinda Ramalho de Almeida
No contexto atual, em que o neoliberalismo avança sobre a educação pública brasileira, em geral, e a performatividade e o gerencialismo têm se caracterizado como marcas essenciais das políticas educacionais formuladas pela SEDUC, em particular, o presente trabalho tomou como objeto de estudo o Programa Gestão em Foco – Método de Melhoria de Resultados (MMR), que se assenta sobre a noção de gestão para resultados. Implantado de forma gradual nas escolas da rede estadual paulista entre os anos 2016 e 2019, o MMR tem promovido alterações significativas no planejamento e rotina das escolas, bem como nas práticas de gestão e docência. Nesse sentido, estabeleceu-se, como objetivo geral desta pesquisa, analisar as repercussões do gerencialismo e da performatividade, materializadas no MMR, sobre a atuação do coordenador pedagógico da rede estadual paulista. As bases teóricas foram construídas a partir dos conceitos de performatividade e gerencialismo de Ball (2005) bem como a teoria de atuação (policy enactment), formulada por Ball, Maguire e Braun (2016). O estudo orientou-se pelos fundamentos da abordagem qualitativa, com levantamento bibliográfico e análise documental. Os dados foram coletados mediante a realização de grupo de discussão (GD), tendo, como foco, identificar as concepções do coordenador pedagógico sobre o MMR e a respeito de seu papel como membro da gestão escolar, descrever as formas de atuação do coordenador pedagógico para colocar em prática o MMR, bem como identificar e descrever como o coordenador pedagógico se posiciona diante da cobrança por desempenho e cumprimento de metas estabelecidas pela SEDUC, por meio do MMR. Para a realização da análise do material empírico coletado, optou-se pelo recurso metodológico da análise de prosa (AP). Os achados evidenciaram que os sujeitos da pesquisa, isto é, os coordenadores pedagógicos da rede estadual paulista, ainda que sejam obrigados a atender a demandas por desempenho e cumprimento de metas, não atuam como mera caixa de ressonância da SEDUC, mas adotam um discurso autoral e estratégias de ação que recontextualizam o MMR, adaptando-o à realidade e ao contexto escolar.Com base nos resultados finais desta investigação, foi proposto, como Produto Final, um Plano de Ação Pedagógica (PAP) com foco na adequação do MMR à realidade da escola e na autonomia do coordenador pedagógico.